A apostasia no Reino de Israel.
Falar
de apostasia no contexto histórico-cultural de Israel é um dos assuntos
predominante do antigo testamento, tendo em vista que o maior dever da nação
escolhida por Deus para representá-lo na antiga aliança, era simplesmente
manterem-se uma nação monoteísta, adoradora de um único e soberano Deus,
criador dos céus e da terra, e que havia tirado eles com sua mão forte do
Egito.
Quando
falamos de apostasia, fala-se de um adorador que dividi sua adoração com vários
deuses, prostrando diante de varias imagens, e acreditando em varias doutrinas.
O
termo apostasia e definido assim:
A.pos.ta.si.a sf. (gr apostasia) 1 Abjuração, mudança de religião. 2 Ato de abandonar um partido ou uma a opinião.
Ato de desviar-se ou
afastar-se do relacionamento com Deus.
Pois eis que os que se alongam de ti, perecerão; tu tens
destruído todos aqueles que, apostatando, se desviam de ti. Sl73. 27.
Sabemos que a nação de Israel nasce com os patriarcas,
Abraão, Isaque, Jacó e José, e eles deixaram uma marca de retidão e fidelidade
a Deus.
O principio da apostasia Israelita, se dá logo após eles
terem sido tirados da opressão egípcia, “E ele os tomou das suas mãos,
e trabalhou o ouro com um buril, e fez dele um bezerro de fundição. Então
disseram: Este é teu deus, ó Israel, que te tirou da terra do Egito”. Ex32.4.
Neste acontecimento
Moisés havia subido ao Sinai, a convite de Deus passou 40 dias no cume do monte,
recebendo as tabuas da lei, e o projeto de construção do tabernáculo, lugar
onde os israelitas adorariam o seu Deus na caminha até a terra prometida, para
os judeus Moisés não voltaria mais, e com isso eles pensaram que Iahweh não se manifestaria mais no meio deles, surgindo então à idéia da construção de
um objeto-ídolo que pudesse representar o deus da nação judaica, então
construíram o “bezerro de ouro”.
O srº Deus reprovou
veementemente aquela atitude, decidindo pela destruição dos israelitas, fato
que não aconteceu devido à intervenção de Moisés.
Já no texto do livro de Números, capitulo 22, encontramos o fator decisivo para entrada da apostasia no contexto litúrgico
de Israel, quando eles acamparam nas campinas de Moabe, diz a bíblia que lá
em cima, Balaque rei dos Moabitas, preocupado com a fama de Israel, que havia
derrotado todas as nações que se opuseram, não permitindo que eles passassem por
seus termos, monta uma estratégia.
Balaque ao invés mandar o exército Moabita se preparar para batalha, a bíblia confirma que
Balaque mandou contratar um profeta, neste contexto aparece Balaão, que viria
para amaldiçoar o povo de Deus, a mando de Balaque, isso prova que a
constatação de Balaque era óbvia, que, o grande mérito das vitorias israelitas,
não estavam em um exercito formado de soldados inexperiente e sem armamentos,
que no Egito sabiam apenas fazer tijolos e construções de casas, Balaque estava
dizendo que no mundo físico, não adiantava lutar contra Israel, a batalha tinha
que ser no mundo espiritual, por que, o que fazia de Israel vencedor nas batalhas, era o deus
que eles serviam, por isso chamou um profeta e não um exército.
A bíblia diz que
Balaão não teve méritos no serviço que veio prestar, praga e maldição
alguma caíram sobre Israel, porque o Senhor Deus protegia seu povo, como Balaão
tinha um contrato, ele então deu uma estratégia para Balaque destruir o povo de
Israel. Que os moços e as moças de Moabe fossem dados aos moços e moças de
Israel, com isso aconteceria à mistura cultural e surgiria então um sincretismo
religioso no meio dos judeus. A partir deste fato o texto bíblico relata; E
Israel deteve-se em Sitim e o povo começou a prostituir-se com as filhas dos
Moabitas.
Elas convidaram o povo aos sacrifícios dos seus
deuses; e o povo comeu, e inclinou-se aos seus deuses. Juntando-se, pois, Israel a Baal-peor, a ira do SENHOR
se acendeu contra Israel. Nm
25:1-3.
Depois desse descuido espiritual, Israel só se
firmou na FÉ, quando entraram na terra de Canaã, durante os 25 anos de
liderança de Josué, o povo foi obediente e fiel ao Senhor, andando nos seu
caminho, e obedecendo seus mandamentos. Depois de Josué inicia-se o tempo dos
juízes, um período de grande instabilidade espiritual, onde fica nítido as
praticas idolátricas entre os judeus, e com isso o povo viveu tempos de
declínio e gloria espiritual, provando assim, a benção e a maldição divina, enquanto
Israel permanecia fiel, Deus os abençoava, quando eles abandonavam ao Senhor, a
maldição e o sofrimento recaiam sobre a nação judaica, o período dos juízes
durou aproximadamente 305 anos, logo após começaria o tempo da monarquia em
Israel, com Saul, Davi e Salomão.
Saul apesar de terminar seu ministério sem comunhão
com Deus, devido sua desobediência e revolta contra as orientações divinas,
não vemos incitando ou colaborando para com a idolatria em Israel.
Nos dias de Davi, vemos um tempo de total adoração
a Iahweh,
talvez seja um dos períodos de maior devoção e obediência a Deus. Através dos
preparativos para construção de uma casa, que seria edificada em nome do
Senhor, um lugar para depositar a arca da aliança, símbolo da presença divina.
Com Salomão Israel
experimentaria um novo tempo, de grandes construções, e crescimento econômico,
mas Salomão fracassou em sua devoção a Deus, as suas alianças diplomáticas e os
acordos governamentais, fizeram com que ele, como rei, deixasse de conduzir o
povo á reverenciar um único Deus, que os tirou da terra da servidão. Está
confirmado que Salomão praticou idolatria, nos seus acordos diplomáticos, ao se
relacionar com mulheres dos povos pagãos, como também ao oferecer sacrifícios
em altares a deuses estranhos e até mesmo sacrifício humano. Enquanto
Salomão permanecia fiel à adoração a Deus, ele prosperava. É evidente que seus
provérbios foram proferidos e os livros de Eclesiastes e O Cântico de Salomão,
bem como pelo menos um dos Salmos (Sal 127), foram escritos durante o seu
período de serviço fiel a Deus. No entanto, Salomão começou a desconsiderar a
lei de Deus. Lemos: “E o próprio Rei Salomão amava muitas mulheres estrangeiras
além da filha de Faraó, mulheres Moabitas, amonitas, edomitas, sidônios e
hititas, das nações de que Deus havia dito aos filhos de Israel: ‘Não deveis
entrar no meio delas e elas mesmas não devem entrar no vosso meio; decerto
inclinarão o vosso coração a seguir os seus deuses. ’ Foi a elas que Salomão se
apegou para amá-las. E ele veio a ter setecentas esposas, princesas, e
trezentas concubinas; e suas esposas gradualmente lhe inclinaram o coração. E
sucedeu, no tempo da velhice de Salomão, que as próprias esposas dele lhe
haviam inclinado o coração para seguir outros deuses; e seu coração não se
mostrou pleno para com o Senhor, seu Deus, como o coração de Davi, seu pai. E
Salomão começou a ir atrás de Astarote, deusa dos sidônios, e atrás de Milcom,
a coisa repugnante dos amonitas. E Salomão começou a fazer o que era mau aos
olhos de Deus e não seguiu plenamente a Deus como Davi, seu pai. Foi então que
Salomão passou a construir um alto a Quemós, a coisa repugnante de Moabe, no
monte que estava defronte de Jerusalém, e a Moloque, a coisa repugnante dos
filhos de Amom. E foi assim que ele fez para todas as suas esposas estrangeiras
que faziam fumaça sacrifical e ofereciam sacrifícios aos seus deuses.” IRs
11:1-8.
Embora isso acontecesse “no tempo da velhice de
Salomão”, não devemos presumir que seu desvio era por motivo de senilidade,
porque Salomão era relativamente jovem quando assumiu o trono, e seu reinado
durou 40 anos. (ICR 29:1; 2CR 9:30) O relato não diz que Salomão abandonou
completamente a adoração no templo e as ofertas de sacrifícios ali. Ele parece
ter tentado praticar uma espécie de ecumenismo para agradar a suas esposas
estrangeiras. Por isso, “Deus ficou irado com Salomão, porque seu coração se
tinha inclinado para longe do Senhor, o Deus de Israel, aquele que lhe
aparecera duas vezes”. Deus informou Salomão que, em conseqüência, Ele
arrancaria dele parte do reino, mas não nos dias de Salomão, por respeito a
Davi e por causa de Jerusalém. Mas o faria nos dias do filho de Salomão,
deixando a este filho apenas uma tribo (além de Judá), tribo que mostrou ser
Benjamim. IRs 11:9-13.
Após Salomão seu filho Roboão assume o trono, e o
reino se divide em dois, reino do norte, chamado de Israel, tendo como capital
Samaria; o outro reino, o do sul chamado de Judá, tendo como capital Jerusalém.
Das 12 tribos de Israel, 10 tribos formaram o reino do norte, ficando apenas
Judá e Benjamim compondo o reino do sul.
Segundo a historia pelo menos 19 reis governaram no
reino do norte, e pelo menos 21 reis governaram no reino Do sul, enquanto que
no reino do norte pelo menos nove dinastias subiram ao trono, no reino do sul
apenas uma família governou sendo a família de Davi, da descendência de Judá.
Com esta divisão das tribos a pratica da idolatria se tornou comum,
predominando na liturgia judaica [IRs16.31]. Sabemos que os reis do reino do
norte foram mais infiéis, do que os reis do reino do sul, a apostasia foi um
marco no reino do norte, ao ponto deles terem sidos escravizados, e se tornados
cativos primeiro do que o reino sul, de Judá. Enquanto que Judá só se tornou
cativo em 605 a.C através da Babilônia, o reino do norte em 722a.C já era
tributário e cativo do império Assírio, como conseqüência de uma apostasia
maior e exarcepada contra Iahweh.
Pode-se afirmar, com segurança, que um dos períodos
mais sombrio na historia do reino do norte, também denominado “ISRAEL”, ocorreu
durante o reinado de Acabe, filho de Onri. Acabe governou entre os nãos 874 e
853a.C., e o seu reinado foi marcado pela tentativa de conciliar os elementos
do culto cananeu com a adoração Israelita. Com isso fica constatado pelo relato
bíblico que o reinado de Acabe foi marcado pela pratica ecumênica de adoração,
uma da mais forte estratégia de satanás nos dias de hoje.
I. As causas da apostasia.
a)
O casamento misto.
Ao
fazer uma aliança com Etbaal rei dos Sidônios, Jezabel sua filha é dada a Acabe
em casamento, como penhor, como selo daquela aliança diplomática, ao aceitar os
acordos, Acabe não mede as conseqüências que aquela atitude poderia trazer para
vida espiritual de Israel. Ao saber que viria para Israel, Jezabel coloca
algumas imposições para sua vinda;
1º- Ela
não teria obrigação de adorar o deus dos judeus, mas traria consigo os deuses
que se adorava em sua terra, ela trouxe Baal e Aséra.
2º- Ela
não ouviria os profetas que profetizavam em Israel, mas traria consigo seus
profetas, 450 profetas de Baal e 400 profetas de Aséra. Ainda hoje existem as
ruínas das casas que foram construídas paras os profetas de Baal e Aséra
morarem, em Samaria.
As
conseqüências desse relacionamento pagão aumentaram a força da idolatria em os judeus,
por ser a religião da família real.
A Mistura
sempre foi um perigo na historia do povo de Deus, por isso sempre devemos
evitar reuniões mistas, evitando a introdução de modismos, revelamentos e
visagens na liturgia de nossos cultos, onde o verdadeiro avivamento passa a ser
meros movimentos de homens e não do Espírito.
Institucionalização da idolatria.
O
casamento misto entre Acabe e Jezabel, instituiu o culto a Baal, com essa
institucionalização, a adoração a Baal e Aséra passou a ser obrigatória, se
tornando religião oficial do reino.
A união
estado-religião pagã, se mostrou desastrosa, por influenciar o povo contra
Deus, Acabe “levantou um altar a Baal, na casa de Baal que fica em Samaria”,
isso fica evidente quando o texto sagrado destaca que a família real “fez um
poste-idolo, de maneira que cometeu mais abominações para irritar ao Senhor,
Deus de Israel, do que todos os reis de Israel que foram antes dele.
Vemos
então a idolatria sendo patrocinada pelo governo de Acabe, que tinha como
compromisso conduzir o povo a Iahweh.
Vivemos
hoje este contexto na nossa pátria, onde satanás através da constituição,
tentar oprimir a igreja, com suas leis que ferem nosso caráter, e atacam nossa
religiosidade cristã, leis a favor do aborto, da homofobia, e proibição da
liberdade de culto e adoração.
II. Os Agentes da Apostasia.
Neste
contexto, o instrumento de satanás para derrotar o povo de Deus, foi sem duvida
Acabe e Jezabel.
Acabe
como governante teve uma verdadeira obstinação na implantação da
adoração a Baal em território israelita. Foi sem dúvida alguma uma agente do
mal na tentativa de suprimir ou acabar de vez com o verdadeiro culto a DEUS.
Onri, pai
de Acabe e rei de Israel que reinou entre os anos 885 e 874 a.C., foi um grande
administrador, tanto na política interna como na externa de Israel. Mas foi um
desastre como líder espiritual do povo de DEUS (1RS 16.25,26). O pecado de
Acabe foi andar nos caminhos idólatras de seu pai, que foi um seguidor de
Jeroboão, filho de Nebate (1RS 16.26) e também ter aderido aos maus costumes
dos cananeus, trazidos por sua esposa, Jezabel (1RS 16.31).
O inimigo
sempre precisará de uma voz, de uma pessoa pra introduzir suas heresias e
pecados no meio do povo de DEUS, por isso a necessidade de pedirmos o Dom de
discernimento de espírito, pra não cairmos na lábia dos falsos profetas.
III. As conseqüências da apostasia.
A.
Perda da identidade nacional e
espiritual.
Fica
claro que a nação vitoriosa que havia saído do Egito, e que sempre era
vencedora nas batalhas, e que havia conquistado toda terra de Canaã, agora já não
recebia o devido respeito das nações adversárias.
Fica
claro que a própria nação em si, não sabia mais discernir acerca do verdadeiro
Deus que devia ser o único a receber adoração, tanto é, que Deus precisou
levantar um homem para desafiar os deuses pagãos que eram adorado em Israel,
neste desafio a nação judaica teve que escolher quem seria adorado no reino do norte,
se o Deus de Elias ou Baal ou Aséra, no
cume do Carmelo, Iahweh mostrou quem era o verdadeiro e único digno de ser adorado, ao responder com
fogo a oração de Elias.
B.
O Julgamento Divino.
A bíblia
diz que Deus não se deixa escarnecer, tudo que o homem semear, isso ele ceifará.
Não foi
diferente neste contexto da historia dos hebreus, como conseqüência da desobediência,
eles amargaram cerca de três anos e meio de seca, não choveu e nem orvalho caiu
durante a noite, todos os rios secaram, tudo para se cumprir a palavra do
Senhor pela boca de seu profeta.
Acabe e
suas esposas Jezabel morreram assassinados, Acabe em batalha, e Jezabel foi
jogado da sacada de sua casa por Jeú filho de Josafá, e quando caiu ao chão foi
comida pelos cães, e não podemos esquecer dos 850 profetas de Jezabel, que
morreram a fio da espada de Elias, no alto do Carmelo. Deus exterminou a casa
de Acabe e seus profetas, por terem desafiado o criador e contaminado o povo com sua apostasia.
Nesses dias de tantos tipos de evangelhos que ouvimos ser pregado, esse
estudo é um alerta para a igreja de Cristo, é hora de estar atentos, para não
sermos levados pelos ventos de doutrinas, e chegarmos ao ponto de apostatarmos de
nossa fé em Cristo.
Abraço a todos e muita paz.
ABN SAN.